Analysis of the changes in the respiratory mechanics in patients with Rheumatoid Arthritis by forced oscillation: early identification of abnormalities and association with diagnosis time disease, history of dyspnea and rheumatoid factor

As principais alterações associadas a Artrite Reumatoide (AR) são as articulares; no entanto, também são encontradas manifestações sistêmicas em órgãos como pulmão e coração. Além de contribuírem de forma significativa na morbimortalidade de pacientes com AR, as complicações pulmonares são comuns e respondem por 10% a 15% de toda mortalidade. Embora o envolvimento pulmonar seja uma manifestação frequente na AR, a prevalência e a natureza da doença pulmonar reumatoide ainda não foi precisamente estabelecida. A presente tese objetivou: (1) Avaliar o potencial de uso clínico da Técnica de Oscilações Forçadas (TOF) no diagnóstico precoce das alterações respiratórias da AR; (2) Analisar os efeitos do tempo de doença, (3) presença de dispneia e (4) do fator reumatoide (FR) na biomecânica respiratória de pacientes com AR. Através dos exames de TOF e espirometria, foram estudados 88 pacientes, sendo que apenas 72 pacientes participaram da pesquisa, sendo divididos nos seguintes grupos, de acordo com o tempo de doença: pacientes com até 5 anos de doença, AR5 (n=14); pacientes com 6 a 10 anos de doença, AR6-10 (n=16); pacientes com 11 a 15 anos de doença, AR11-15 (n=15); e pacientes com mais de 16 anos de doença, AR16 (n=20). Nas análises relacionadas ao relato de dispneia, utilizamos: 15 pacientes sem sintomas (AS) e 15 pacientes com sintoma (S). Já para o estudo do FR: 17 com ausência de FR e 17 com presença do FR. Dividimos a metodologia de estudo das alterações de mecânica respiratória em quatro fases: análise das alterações precoces (n=20); efeito do tempo de doença (n=72); efeito do relato de dispneia (n=30); efeito do fator reumatoide (n=34). Os parâmetros analisados foram as curvas de impedância do sistema respiratório, resistência extrapolada ao intercepto (R0), resistência em 4 Hz (Rrs4Hz), inclinação da curva de resistência (S), resistência média (Rm), complacência dinâmica do sistema respiratório (Cdin), frequência de ressonância (fr), reatância média (Xm) e módulo da impedância em 4 Hz (Zrs4Hz). O grupo controle (GC) foi composto por 20 indivíduos. Os resultados indicam que o aumento do tempo de AR resulta em elevação das resistências e da carga mecânica total e diminuição da complacência dinâmica do sistema respiratório. Parâmetros de FOT identificaram alterações entre o GC e o grupo com o menor tempo de doença enquanto a espirometria permaneceu inalterada. As repercussões iniciais da AR também foram bem descritas mesmo na ausência de sintomas respiratórios. Essas alterações precoces foram identificadas pela TOF apresentando alta acurácia, enquanto novamente a espirometria se mostrou menos eficiente. Em pacientes portadores de AR e com ausência do autoanticorpo FR, a mecânica respiratória encontra-se alterada, com aumento das resistências (p<0,00001) e da carga mecânica total do sistema respiratório (p<0,00001), além de redução da homogeneidade (p<0,04) e da complacência dinâmica do sistema respiratório (p<0,00001). A presença do autoanticorpo FR introduz repercussões de mecânica respiratória ainda mais expressivas, demonstrando a influência do mesmo nas propriedades resistivas e reativas do sistema respiratório.The main changes associated with Rheumatoid Arthritis (RA) are in the joint; however, systemic manifestations are also found in organs such as lung and heart. They contribute significantly to morbidity and mortality in patients with RA, pulmonary complications are common and account for 10% to 15% of all mortality. Although pulmonary involvement is a frequent manifestation in RA, the prevalence and nature of rheumatoid lung disease has not been precisely established. This thesis aimed: (1) assess the clinical potential use of the Forced Oscillation Technique (FOT) in early diagnosis of respiratory changes in RA (2) Analyze the effects of disease duration, (3) presence of dyspnea and (4) the rheumatoid factor (RF) on respiratory biomechanics of patients with RA. Through FOT and spirometry tests, 88 patients were studied, and only 72 participated in the survey, divided into the following groups according to disease duration: patients under 5 years of disease, RA5 (n=14); patients with 6-10 years of disease, RA6-10 (n=16); patients with 11-15 years of disease, RA11-15 (n=15); and patients over 16 years of disease, AR16 (n=20). In the related report of dyspnea analyzes, we used 15 patients without symptoms (SA) and 15 patients with symptoms (S). For the study of RF: 17 with absence of RF and 17 with the presence of RF. We divided the study methodology of changes in respiratory mechanics in four phases: analysis of early changes (n = 20); effect of duration of disease (n = 72); effect reported dyspnea (n = 30); effect of rheumatoid factor (n = 34). The parameters analyzed were the impedance curves of the respiratory system, the extrapolated intercept resistance (R0), resistance at 4 Hz (Rrs4Hz), slope of the resistance curve (S), medium resistance (Rm), dynamic respiratory compliance (Cdyn), resonance frequency (fr), average reactance (Xm) and the impedance modulus at 4 Hz (Zrs4Hz). The control group (CG) was composed of 20 individuals. The results indicate that the increased length of the RA results in increased mechanical resistance and the total load and decreased dynamic compliance of the respiratory system. FOT parameters identified changes between the control group and the group with shorter disease while spirometry remained unchanged. The initial impact of RA were also well described even in the absence of respiratory symptoms. These early changes were identified by TOF featuring high accuracy, while again spirometry was less efficient. In RA patients with absence of autoantibody RF, respiratory mechanics are altered with increasing resistance (p<0.00001) and Zrs4Hz (p<0.00001), and reduced homogeneity (p<0.04) and Cdin (p