Notas a respeito do sistema de cotas e gênero e a presença guarani e kaiowá na UEMS de Amambai

No Brasil, políticas públicas para acesso ao ensino superior, especialmente o sistema de cotas, tem incluído um percentual cada vez maior de jovens das classes subalternas e grupos étnicos diferenciados. Neste sentido, interessou estudar os desafios para jovens mulheres indígenas terem acesso ao ensino superior, os valores presentes em suas escolhas e estratégias colocadas em ação para chegar, se manter na universidade e concluir os cursos. A pesquisa foi realizada na Universidade Estadual de Mato grosso do Sul – UEMS. De forma específica, investigou-se a situação de acesso e permanência referente aos cursos de Ciências Sociais e História na Unidade de Amambai, Mato Grosso do Sul, Brasil. A pesquisa de campo apontou que: a) a universidade insere no cotidiano das jovens guarani e kaiowá novas demandas, compromissos e socialidades, incluindo deslocamento, a ausência de casa para a frequência às aulas e demais atividades universitárias, que podem se tornar conflituosos na dinâmica da parentela, o que, por vezes incorre em não levar a termo o curso iniciado. b) Os desafios colocados pela epistemologia ocidental são consideráveis. C) As políticas para permanência devem considerar a junção dos aspectos financeiros com metodologias de ensino/aprendizagem que respeitem e valorizem as diferenças culturais. Palavras chave: Educação superior; cotas; gênero; Guarani e Kaiowá