SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E SUAS ARTICULAÇÕES

Introdução: o Projeto Terapêutico Singular trata-se de um conjunto de propostas, de cunho terapêutico e singular, articuladas e discutidas por uma equipe interdisciplinar que dizem respeito a um sujeito individual ou coletivo (BRASIL, 2011). Caso seja necessário, a equipe de apoio matricial pode participar desse momento de discussão. Dessa forma o PTS trata-se de um instrumento ímpar para a garantia do cuidado, uma vez que permite traçar intervenções a partir da realidade do sujeito e também a partir do que este julga como melhor ação para o seu cuidado. Problema: escassez de momentos para discutir os casos da área de abrangência da UBS com a equipe, além da construção de PTS de casos com maior complexidade. Diante disso, o trabalho pretende descrever parte da vivência da Residência Multiprofissional em Saúde Mental na construção de PTS’s em saúde mental, tendo como parceria a uma Estratégia Saúde da Família e o Núcleo de Apoio a Equipe da Saúde da Família - NASF. Ao ser inserida em campo a residência propõe como uma das atividades a construção deste instrumento. Sujeitos envolvidos: equipe da UBS e do NASF, usuários do serviço e residentes de Saúde Mental. Assim, a partir de uma discussão em equipe, os casos foram selecionados e pactuados com a equipe. Os momentos para a discussão destes ocorreram quinzenalmente. Período de Realização: A vivência aconteceu de setembro de 2015 a março de 2016. Resultados e discussão: as visitas eram agendadas para se conhecer os casos, sendo que o técnico de referência ficava responsável por trazer as novidades ocorridas. As residentes, juntamente com a equipe de saúde, articularam ações com outros pontos da rede para que pudesse haver garantia de cuidado. Foram vários momentos de discussão que para acontecerem precisou-se reservar um tempo para os profissionais se reunirem mesmo com tantas demandas. Conclusão: através da vivência pode-se compreender que a construção do PTS requer a modificação do modelo assistencial e a reorganização dos serviços, pois a forma como estes são organizados pode facilitar ou dificultar a construção das estratégias previstas para a efetivação do PTS. Ademais, percebeu-se que além da definição de projeto terapêutico e de um modelo que oriente sua prática, as inovações das ações de cuidado em saúde mental carecem que as equipes construam novas alternativas de organização que quebrem com o modelo biomédico, voltado apenas para ações ambulatoriais. Além disso, a utilização dessa ferramenta tornou evidente o quanto é importante se conhecer o individuo e sua realidade para que se possa traçar um plano de cuidado, sendo sua participação imprescindível nesse processo. Somado a isso, a troca de conhecimentos entre os profissionais da equipe potencializa o manejo dos casos e seu encaminhamento, sendo a reunião de equipe um momento propicio para isto