Orientação Profissional: Uma Prática de Saúde em Educação

O trabalho relatado diz respeito à experiência de orientação profissional feita com adolescentes de uma escola pública de Petrolina como prática da disciplina Orientação Profissional do Curso de Psicologia (O.P). Pensa-se inicialmente que a O.P. refere-se a um pratica do psicólogo voltada exclusivamente ao campo e discussões do âmbito escolar. Todavia, uma prática educativa não é necessariamente escolar tampouco isenta-se de ser uma prática em saúde. Bock e Aguiar (2005) defendem a Orientação Profissional como promotora de saúde, pois estimula e promove reflexões sobre a adolescência - duvidas, conflitos, identificações – e o mundo adulto. Foi possível observar quantos elementos da saúde são mobilizados quando se toca numa questão muito cara para os jovens que se veem próximos a sua escolha profissional. A pratica de orientação profissional. foi realizada entre fevereiro e abril de 2016, em que iniciamos com 14 estudantes do ensino médio e concluímos com 7. Ao todo foram sete encontros sendo uma Entrevista Inicial individual, 5 sessões coletivas e a Devolutiva individual. Os instrumentos usados nas sessões estão embasados na análise do comportamento que procuram destacar as habilidades dos sujeitos explorando-as em consonância ás áreas de atuação pensadas pelos sujeitos. Incluímos também discussões sobre os determinantes sociais que contextualizam inclusive as escolhas profissionais. Considerando o estado de ansiedade dos jovens no dia da entrevista inicial em comparação ao dia da devolutiva, pudemos inferir que, diante dos alcances terapêuticos que percebemos nos jovens a partir de seus relatos, houve uma grande colaboração do programa para sua saúde mental, no sentido de reduzir ansiedade, tomada de consciência, esclarecimento, enfretneamento de medos, autoconhecimento dos valores e habilidades. Dando aos jovens mais ferramentas que lhes possam subsidiar-lhes no percurso de seus sonhos profissionais dentro dos desafios que encontram, tanto no mercado, na família, enfrentando conteúdos pessoais que obstaculizam suas relações e decisões. Tal experiência me faz pensar na necessidade de discutir a temática Trabalho nos serviços de Saúde Mental uma vez que, dentro da legislação 3.088/2011 se discute a promoção da cidadania como direito dos usuários haja vista a negação destes sujeitos na sociedade. Em seu artigo 4º a portaria traz sobre a promoção, reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho. (BRASIL, 2011). Mesmo a experiência por hora ter sido feita com sujeitos numa condição socioeconômica e contexto diferentes dos usuários do CAPS em que estes últimos se encontram numa situação muito peculiar, todavia é uma temática que cabe ser trabalhada nos serviços tanto para adultos como para adolescentes. Reconhecemos que as discussões são cruciais na constituição da nossa subjetividade pois envolve elementos como habilidades pessoais e profissionais, experiências no mercado de trabalho (no caso de adultos), dificuldades, entre outros elementos. Por tanto reconhecemos na orientação profissional uma pratica educativa e promoção de saúde uma vez que auxiliam os sujeitos no autoconhecimento, enfrentamento de dificuldades e investimento em suas potencialidades para sua reinserção no mercado de trabalho. Referências BRASIL, Portaria nº 3.088/2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Ministério da Saúde. Brasília: 2011. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html acesso em 05 maio 2016. BOCK, Ana M. Bahia , AGUIAR, Wanda Maria Junqueira. Por uma prática promotora de saúde em Orientação Profissional. IN:BOCK, Ana M. Bahia et al. A Escolha profissional em questão. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1995. MOURA, Cynthia Borges de. Orientação profissional sob o enfoque da Análise do Comportamento. 3ª. Ed. Campinas: Alínea, 201