Ressonância Magnética da Cirrose Hepática: Contributo dos Novos Agentes de Contraste na Avaliação Morfológica e Funcional

A cirrose hepática é uma afecção frequente em Portugal, objecto de investigação imagiológica numa larga maioria dos casos, sobretudo para afirmar ou excluir a existência de complicações de índole neoplásica. O recente aparecimento de novos agentes de contraste superparamagnéticos para Ressonância Magnética ditos hepato-específicos, isto é com fixação electiva nas células do sistema reticulo-endotelial ou nos hepatócitos, constitui um significativo avanço para os estudos hepáticos, uma vez que se sabe que os tumores malignos deste órgão, nomeadamente o carcinoma hepato-celular, são desprovidos de células de Kupffer capazes de fagocitar o contraste contráriamente ao que sucede com o fígado normal, não tumoral. Através da realização de dois estudos (clínico e experimental), a presente Dissertação visou comparar a acuidade da RM hepática na detecção do carcinoma hepato-celular antes e após a injecção de dois contrastes superparamagnéticos de fixação hepática, respectivamente com tropismo para as células do sistema reticulo-endotelial ou para receptores de membrana dos hepatócitos. Foram ainda conduzidos estudos experimentais in vitro e in vivo para a caracterização do efeito de realce de um produto de contraste superparamagnético dirigido aos hepatócitos com várias sequências de impulsos, analisado o seu comportamento imagiológico e capacidade para fornecer informação funcional num modelo de fibrose hepática quimicamente induzida no rato