Prefácio: Concepção, conservação e reabilitação de pontes

[Excerto] Após a adesão de Portugal à União Europeia, a Engenharia Civil portuguesa registou uma atividade notável, decisiva na modernização das infraestruturas principais, que se traduziu num considerável benefício para o país. Nas infraestruturas de transportes essa transformação foi particularmente evidente, assumindo a engenharia de pontes um papel decisivo neste âmbito. Nesse período de cerca de 20 anos foi construído um grande número de obras de arte, tendo a comunidade técnica nacional correspondido aos desafios lançados pelo poder político, desenvolvendo competências para a conceção e construção de obras arrojadas, com prazos exigentes, em geral com grande qualidade estética, aliando o benefício do uso com a preservação ambiental. Num país tradicionalmente aberto, a engenharia nacional soube acolher empresas e técnicos estrangeiros, ora em regime de concorrência ora de cooperação, que contribuíram para um expressivo acréscimo de competências. O acidente da Ponte Hintze Ribeiro, em 2001, evidenciou a importância da conservação e segurança das pontes. Desde então, verificou-se, por iniciativa dos donos de obra, uma extraordinária evolução na gestão das obras de arte, a qual beneficiou de significativos contributos de projetistas, consultores, investigadores e académicos. Ganhou acrescida relevância a implementação de inspeções e ensaios de diagnóstico, bem como a realização de operações de manutenção, a reparação e o reforço de obras, tendo sido intervencionadas algumas estruturas de grande dimensão. Crescente tem sido também a atenção dada aos aspetos relativos à funcionalidade e à durabilidade, procedendo-se progressivamente à análise do ciclo de vida das obras. [...]