Por uma psicologia social crítica comprometida politicamente no cotidiano

Pretendemos apresentar considerações sobre uma proposta teórico-metodológica para uma Psicologia Social comprometida politicamente nos cotidianos; uma Psicologia Social menos interessada em desvelar verdades essenciais e generalizáveis do que somar forças no sentido de problematizar relações de opressão, buscando desconstruir discursos e ideologias que naturalizam o pensamento abissal, combustível para justificar as desigualdades e exclusão social. Para tanto, nos orientamos pelo referencial das Práticas Discursivas e Produção de Sentidos em uma abordagem de pesquisa no cotidiano de modo a reconhecer a pluralidade de saberes e fazeres os quais compõem a dinâmica da história das experiências e interações do cotidiano ordinário de cada lugar. Isso exige desistir, como pesquisadores e profissionais, da arrogância de um personagem que se compreende detentor da exclusividade dos saberes e fazeres acertados, e se colocar como cidadãos copartícipes de saberes e fazeres construídos socialmente, como quaisquer outros, cujas práticas e linguagens singulares podem dialogar e contribuir para a produção de condições dignas de vida e fortalecimento de uma sociabilidade mais encantadora e solidária em regiões/bairros das cidades marcadas pelos processos de segregação socioespacial e estigmatizados pela naturalização das formas de violência no cotidiano