Pseudonormalização do Perfil Doppler

A inversão da relação de pseudonormalização das ondas de enchimento rápido (E) e auricular (A), obtida por Doppler pulsado transmitral durante a manobra de Valsalva (MV) é frequentemente referida na literatura como método útil no diagnóstico da disfunção diastólica grau II (DDII) do ventrículo esquerdo (VE), embora se registem opiniões contraditórias sobre o seu real potencial discriminativo. O nosso objectivo foi determinar a sensibilidade e especificidade da MV no diagnóstico da DDII pela inversão da relação E/A e procurar determinar a sua relação com a cinética do anel mitral avaliada por Doppler tecidular (DTI). Estudámos um grupo de 44 doentes com DDII definida pelos critérios da Sociedade Europeia de Cardiologia (grupo DDII-27 homens, idade 59±14 anos), e comparámo-lo com um grupo de 33 indíviduos saudáveis (grupo N-17 homens, idade 36±9 anos). Quantificámos por Doppler transmitral as velocidades máximas do enchimento VE (ondas E e A- cm/s), de propagação de fluxo diastólico intra-VE em Doppler cor modo-M (VPFM <45 cm/s) e venoso pulmonar sisto-diastólico (FVP: S<D e Ar>35 cm/s). Com a técnica DTI foram avaliadas as velocidades máximas (Vm-cm/s) das ondas sistólica (s'), e diastólicas de relaxamento precoce (e') e tardio (a') em 4 pontos do anel mitral, adjacentes ao septo interventricular e paredes lateral, inferior e anterior, respectivamente pontos 1-4 (P1-4). Os parâmetros foram avaliados antes e durante a MV (com excepção de FVP) no seu ponto d