Potencial hídrico e duração da inoculação com Pyrenophora tritici-repentis em sementes de trigo

Sementes de trigo infectadas com Pyrenophora tritici-repentis, agente causal da mancha-amarela da folha, respondem em parte pelas epidemias causadas por este patógeno. A obtenção rápida de lotes de sementes com alta incidência de P. tritici-repentis é fundamental para estudos de transmissão e controle. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi verificar se alterações no potencial hídrico do meio de cultura e variações na duração da inoculação podem favorecer a infecção de sementes de trigo por P. tritici-repentis, sem comprometer a viabilidade destas sementes. Colônias do patógeno foram cultivadas sobre meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA) básico, no potencial hídrico de -0,36 MPa, e no meio BDA com restrição hídrica, causada pela adição de manitol, nos potenciais hídricos de -0,4, -0,6, -0,8, -1,0 e -1,2 MPa. Foram realizadas análises para determinar o índice de crescimento micelial do fungo e o tempo de exposição das sementes ao meio de cultura para o início do processo germinativo em função dos potenciais hídricos. Posteriormente, sementes de trigo foram colocadas em contato com as colônias de P. tritici-repentis durante 24, 48 e 72 horas nos potenciais hídricos de -0,4, -0,6, -0,8, -1,0 e -1,2 MPa, em esquema fatorial (potenciais hídricos x duração da inoculação) e delineamento inteiramente casualizado. Foram avaliadas as taxas de germinação, de emergência de plântulas em solo e de infecção de sementes. Houve estímulo ao crescimento micelial nos menores potenciais hídricos, sendo que nesses potenciais, o tempo para início de germinação é maior. A duração da inoculação de 24 horas e o uso de restrição hídrica com potencial de -0,4 MPa foram eficientes para infectar sementes de trigo com P. tritici-repentis, sem prejudicar a germinação e a emergência de plântulas em condições de laboratório